domingo, 5 de junho de 2011

OBRIGADO PET !!!

Olá  a todos que lêem este blog.
Hoje eu vou pedir licença a todos que esperam que eu escreva sobre o jogo da seleção de ontem, onde mais uma vez o Brasil teve dificuldade para vencer, simplesmente pelo fato de não ser fácil reunir jogadores em um dia, treinar outros dois ou três e enfrentar uma Holanda no sábado. Só venceria se fossem por brilhos individuais. Ou mesmo os que acharam que eu falaria sobre a vitória tricolor sobre o Cruzeiro com dois gols do He-man. Mas não, não vou falar de partidas de futebol, pelo menos não da forma que eu tenho feito até agora. Hoje vou escrever simplesmente para agradecer a um cara que me proporcionou uma coisa que eu achava que nunca veria. Dejan Petković, ou simplesmente Pet.
Eu passei a minha infância vendo, lendo e ouvindo as pessoas comentarem do gol do Rondinelli, o deus da raça, sobre o Vasco nos últimos minutos de um jogo decisivo e de maneira espetacular. Só que eu nunca esperei ver algo assim. Até que chegaram os 43 minutos do segundo tempo de mais uma finalíssima disputada entre os dois maiores rivais do futebol carioca. Flamengo e Vasco decidiam pela terceira vez consecutiva o estadual, e nas duas últimas os rubro-negros venceram e tentariam dessa vez o quarto tricampeonato carioca. E foi neste minuto 43 que ele, Pet, bateu a falta mais linda que eu já vi, onde um grande goleiro saltou tão forte que saiu do chão um passo à esquerda do centro do gol e caiu mais de um metro depois da trave esquerda. A bola? Perfeita, como uma esfera, deitou-se mansamente no seu leito final, a rede; Gol, golaço! Explosão da nação rubro-negra pelo mundo afora. Eu? De joelhos aos prantos, em frente à tv na casa de grandes amigos que tantos jogos vimos juntos na 42 do Maracanã, nossa segunda casa. Justamente naquela final, muitos não conseguiram ingressos e decidimos nos reunir e assistirmos àquela que acabou sendo uma vitória épica.
Chega de falar do gol, deixem-me falar do craque, do dono da camisa 10 naquele dia. Pet, O cara. Nasceu sérvio, hoje é 50%, no mínimo, brasileiro. Apareceu no vitória, hoje é 100% flamenguista. Diferenciado, diria meu professor de treinamento. Quando este foi preparador físico do Fluminense, o Pet jogava lá e ele contava que nos treinamentos, sempre que o sérvio era mandado pra algum tipo de exercício, ele não só o fazia, como questionava o motivo daquilo. Insubordinação? Não, simplesmente ele queria saber como funcionava o treinamento. Pet nunca foi um peão manipulado, sempre buscou o conhecimento e por isso e por condição dada a ele pelos pais, estudou e formou-se enquanto seguia a carreira de jogador de futebol.
Pet é o mais brasileiro dos jogadores gringos de futebol que por aqui estiveram. Toques de classe, lançamentos, passes, gols olímpicos, dribles, golaços, raça e genialidade sempre foram características deste que foi um dos maiores jogadores do Flamengo, se não considerarmos os semideuses dos anos 80 para trás. Podemos claramente colocá-lo no patamar de Bebeto, Renato Gaúcho, Romário, Zé Carlos, entre outros, ou alguns menos se você não concorda com os supracitados.
Nunca foi a uma Copa do Mundo, e parafraseando o Ricaperrone, "azar da Copa". E acabou não se destacando como deveria na seleção sérvia.
Agora ele deve primeiramente tocar a sua pizzaria e posteriormente ser dirigente ou técnico de futebol. Sobre dirigente ele já, inclusive, comprou um título do Flamengo, o que em alguns anos o permite se candidatar a presidência do clube (o que não vai me surpreender).
Enfim, como ele disse em sua entrevista que faltariam palavras em seu português para agradecer à torcida pela homenagem, eu digo o mesmo. Estive hoje, vendo os últimos 46 minutos dele em um jogo oficial e fiz parte do mosaico que a torcida fez para ele. Eu era um dos brancos que faziam parte da letra P.
Obrigado Pet.
Ou melhor... Хвала Дејан Петковић

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